Genética Brasileira e o Segredo para um Envelhecimento Saudável
O envelhecimento saudável é resultado de uma complexa interação entre fatores genéticos e ambientais. No Brasil, pesquisas pioneiras realizadas pela Universidade de São Paulo (USP) vêm desvendando como a diversidade genética única da população brasileira pode contribuir para uma vida longa com qualidade e autonomia.
Estudos com centenários revelam a base genética da longevidade
O Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-CEL) da USP acompanha mais de 1.300 idosos lúcidos e ativos, incluindo centenários e supercentenários, como Inah Canabarro Lucas (116 anos) e Laura (105 anos), que se mantém fisicamente ativa na natação. O objetivo é mapear os genes dessas pessoas para identificar variantes que protejam contra doenças comuns em idades avançadas, como o Alzheimer, doenças cardíacas e outras condições crônicas, preservando memória, cognição e capacidade funcional.
Variabilidade genética brasileira: um diferencial para a pesquisa
Um aspecto marcante da pesquisa é a miscigenação brasileira, que torna nossa população geneticamente diversa. Essa amplitude genética é bastante vantajosa na identificação de genes protetores, pois a mistura de ancestrais europeus, africanos, indígenas e outras etnias oferece uma rica variedade de variantes genômicas. Essa diversidade aumenta as chances de encontrar mutações benignas relacionadas à resistência a doenças e ao envelhecimento saudável, algo menos presente em populações mais homogêneas.
Principais vantagens da variabilidade genética brasileira
- Permite identificar múltiplas variantes genéticas ligadas à longevidade;
- Facilita o entendimento de como diferentes combinações genéticas podem modular a resposta a doenças;
- Contribui para desenvolver terapias personalizadas baseadas nas características genéticas locais;
- Ajuda a analisar a interação dos genes com fatores ambientais em uma população heterogênea.
Abordagens inovadoras: análise genômica e minicérebros
Para entender os mecanismos biológicos por trás do envelhecimento saudável, os pesquisadores realizam:
- Análise genômica: Sequenciamento do DNA dos centenários para identificar variantes protetoras. Um exemplo é o gene COL25A1, cuja mutação está associada a menor risco de Alzheimer;
- Minicérebros: Modelos tridimensionais criados a partir de células-tronco dos idosos que simulam estruturas cerebrais, incluindo neurônios e micróglias. Esses minicérebros ajudam a estudar processos neurodegenerativos e inflamatórios, possibilitando avaliar como os genes influenciam a saúde cerebral;
Essas tecnologias permitem compreender melhor as bases moleculares do envelhecimento e das doenças relacionadas, abrindo caminho para tratamentos mais eficazes.
Genética e ambiente: parceria essencial para longevidade
Embora a genética explique cerca de 25% da variação na longevidade, os fatores ambientais e o estilo de vida exercem papel fundamental na saúde dos idosos. Cuidados com a alimentação, controle do estresse, prática regular de atividades físicas e ambiente limpo são determinantes para ativar os benefícios genéticos e promover o envelhecimento saudável.
A pesquisa da USP destaca que muitos centenários brasileiros apresentam resiliência psicológica, como calma e aceitação da vida, além de hábitos saudáveis, que em conjunto favorecem a qualidade de vida ao longo dos anos.
Fatores ambientais que potencializam a genética
- Alimentação balanceada e rica em nutrientes;
- Atividade física regular e adequada à idade;
- Ambiente livre de poluentes e agentes tóxicos;
- Suporte social e emocional;
- Boa qualidade do sono e controle do estresse;
Casos inspiradores de centenários brasileiros
- Inah Canabarro Lucas: Aos 116 anos, recuperou-se da COVID-19 sem complicações graves, demonstrando notável capacidade de resistência;
- Laura: Centenária que adotou a natação aos 70 anos e mantém agilidade física impressionante;
- Milton: Supercentenário de 108 anos com memória excepcional, capaz de lembrar nomes e eventos com facilidade.
Estes exemplos ilustram a combinação da genética protetora com escolhas de vida favoráveis para alcançar longevidade ativa e com qualidade.
Em síntese, a genética brasileira, marcada pela rica diversidade étnica, junto com um estilo de vida saudável, oferece uma base sólida para o envelhecimento com saúde e autonomia. Essa combinação é fundamental para retardar o aparecimento de doenças crônicas e preservar as funções cognitivas e físicas ao longo do tempo.
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