Sauim-de-coleira: símbolo ameaçado da Amazônia e Manaus
O sauim-de-coleira (Saguinus bicolor), mascote oficial de Manaus, está entre os 25 primatas mais ameaçados do mundo, conforme o relatório Primates in Peril: The World’s 25 Most Endangered Primates 2023–2025. Classificado como criticamente em perigo pela IUCN, essa pequena espécie enfrenta riscos graves devido à sua distribuição geográfica extremamente restrita, limitada a três municípios do Amazonas: Manaus, Rio Preto da Eva e Itacoatiara.
Principais ameaças
O declínio populacional do sauim-de-coleira está diretamente relacionado a diversos fatores antropogênicos, entre eles:
- Expansão urbana: a crescente urbanização causa fragmentação do habitat, além de colocar os animais em risco de atropelamentos e colisões com redes elétricas.
- Desmatamento: a retirada da cobertura florestal natural reduz as áreas disponíveis para alimentação e abrigo.
- Ocupações ilegais: invasões em áreas de floresta preservadas comprometem o espaço vital da espécie.
- Poluição ambiental: agentes químicos e resíduos diminuem a qualidade do habitat e afetam diretamente a sobrevivência dos indivíduos.
Essas ameaças juntas resultaram em uma redução estimada de 80% na população desde 1997, com aproximadamente 30 mil indivíduos remanescentes na região.
Importância ecológica e características
Além de ser um símbolo importante para a cidade de Manaus, o sauim-de-coleira desempenha papéis fundamentais para o equilíbrio dos ecossistemas locais:
- Dispersão de sementes: auxilia na regeneração natural das florestas, contribuindo para a manutenção da biodiversidade.
- Controle de insetos: alimenta-se de insetos, alguns vetores de doenças como malária e dengue, ajudando a controlar suas populações.
- Equilíbrio ecológico: influencia positivamente a diversidade vegetal e a regulação de microfaunas.
A dieta do sauim inclui frutas, néctar, insetos, ovos e pequenos vertebrados. Os adultos pesam em torno de 550 gramas e medem cerca de 32 cm, enquanto os filhotes nascem pesando aproximadamente 40 gramas.
Medidas de conservação prioritárias
Para garantir a sobrevivência do sauim-de-coleira, diversas estratégias vêm sendo recomendadas por pesquisas recentes:
- Criação de Unidades de Conservação de Proteção Integral nas áreas urbanas e rurais dos municípios onde a espécie ocorre.
- Estabelecimento de corredores ecológicos para conectar fragmentos florestais e permitir a mobilidade entre populações.
- Restauração de vegetação em habitats degradados, priorizando atividades de baixo impacto ambiental.
- Campanhas de conscientização dirigidas à população local para evitar atropelamentos, colisões e invasões ilegais.
Em 2025, órgãos ambientais reforçaram a necessidade de ações urgentes, destacando o resgate de indivíduos feridos em áreas urbanas como um indicativo da vulnerabilidade diante da expansão urbana.
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