As mulheres indígenas do Alto Rio Negro assumem um papel essencial na preservação e valorização da cultura local ao expor seus produtos tradicionais e promover iniciativas que unem práticas ancestrais a oportunidades econômicas sustentáveis. Essa atuação fortalece não apenas a identidade cultural, mas contribui com o desenvolvimento social de suas comunidades.
Organização e Representatividade das Mulheres Rionegrinas
Com 20 anos de história, o Departamento de Mulheres Indígenas da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (DMIRN-FOIRN) é a principal organização que articula mulheres de 23 etnias distintas da região do Rio Negro, conhecidas como rionegrinas — ou Ohpenkõ di´a kahnã numia na língua Tukano. Essa representatividade fortalece a voz feminina indígena no cenário regional e nacional, principalmente em espaços como a III Marcha das Mulheres Indígenas em Brasília, evento onde cerca de 8 mil mulheres defenderam seus direitos e apresentaram suas tradições, vestimentas e materiais como o urucum e o jenipapo para o público e autoridades[1].
Fortalecimento Cultural e Econômico através do Artesanato
O artesanato é uma das principais formas pelas quais as mulheres do Alto Rio Negro mantêm e propagam suas raízes culturais. Tradicionalmente realizadas para uso próprio ou para troca, as técnicas de cerâmica, colares, brincos e outras peças artesanais tornaram-se também fontes de sustento para as famílias.
- Preservação das técnicas: O artesanato preserva saberes ancestrais e é passado entre gerações, garantindo continuidade à cultura dos povos indígenas da região.
- Oficinas educativas: Promovidas pelo DMIRN, essas oficinas incentivam os jovens a aprenderem e valorizarem as práticas culturais, usando recursos naturais disponíveis para criar peças artesanais.
Iniciativas de Comercialização e Espaços de Valorização
A Casa Ariró é um exemplo significativo desse movimento, funcionando como mais do que uma loja: é um espaço cultural e comercial dedicado aos produtos indígenas do Rio Negro. Lá, as mulheres rionegrinas aumentam sua renda enquanto contam histórias e fortalecem o conhecimento cultural de seus povos[3].
Além disso, projetos como o Auto-Fortalecimento da Cultura Baré, implantado em parceria com instituições locais, atuam para revitalizar tradições culturais e integrar as mulheres ao manejo da sociobiodiversidade e ao turismo sustentável[2].
Apoio Institucional e Investimentos em Projetos Locais
O %Fundo Indígena do Rio Negro (FIRN)% tem sido fundamental para o avanço dessas iniciativas. Com aporte de cerca de R$ 2,5 milhões, esse fundo possibilita a execução de mais de 25 projetos em municípios como Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira. Essas ações abrangem 30 mil indígenas e estão alinhadas aos Planos de Gestão Territorial Ambiental, fortalecendo o protagonismo local na proteção dos territórios e na geração de renda[5].
Registro, Memória e Divulgação da Cultura Feminina Indígena
Para perpetuar essas histórias, foram lançados o documentário “Rionegrinas” e o livro “As mães do DMIRN – Conquistas e Desafios”. Essas obras registram memórias, celebram a luta e inspiram as gerações atuais e futuras a seguirem valorizando a cultura local. O departamento também ampliou sua presença digital para facilitar a comunicação e ampliar seu alcance[1].
Em resumo, as mulheres indígenas do Alto Rio Negro demonstram a força da cultura tradicional em harmonia com estratégias inovadoras para a geração de renda. Por meio da exposição e venda de seus produtos artesanais, elas promovem o desenvolvimento econômico da região, preservam saberes ancestrais e fortalecem a identidade dos povos indígenas.
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