Ariá resgata memória amazônica e leva Valer e Inpa ao encontro das tradições locais

Ariá: Resgatando a Memória Amazônica através da Parceria entre Valer e Inpa

O livro Ariá: um alimento de memória afetiva representa um marco fundamental na preservação dos saberes tradicionais da região amazônica, especialmente relacionados ao tubérculo Goeppertia allouia, conhecido como ariá. Fruto da parceria entre a Editora Valer e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), a obra é um elo entre ciência, cultura e memória afetiva, buscando revitalizar a importância desse alimento para as comunidades locais [2][5].

Objetivo Central da Iniciativa

O projeto que originou o livro tem como missão principal resgatar e fortalecer a conexão entre as populações amazônicas e a tradição do consumo do ariá, que vinha desaparecendo das feiras e da alimentação cotidiana. Três principais eixos orientam essa iniciativa:

  • Recuperar memórias afetivas: valorizando as narrativas, saberes ancestrais e práticas tradicionais ligadas ao ariá, especialmente entre povos indígenas como os Tukano e Kagwahiva [5][6].
  • Promover segurança alimentar: destacando o ariá como uma fonte alternativa de alimentação durante períodos críticos, como as secas na Amazônia, que coincidem com seu ciclo natural de colheita entre julho e setembro [3][5].
  • Integrar ciência e tradição: com análises nutricionais detalhadas do tubérculo e a implementação de hortas agroflorestais urbanas para assegurar o acesso do alimento às comunidades vulneráveis [3][5].

Parceria entre Editora Valer e Inpa

  • Editora Valer: responsável por organizar a edição e a divulgação do livro, destacando-o como um verdadeiro “reencontro da população com sua cultura e chão”, em palavras de Neiza Teixeira, participante do projeto [2].
  • Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa): forneceu suporte técnico e científico fundamental para o desenvolvimento da obra, incluindo acesso ao banco de germoplasma com variedades tradicionais do ariá e ao Herbário Inpa, onde o tubérculo está preservado entre os mais de 300 mil espécimes da Amazônia catalogados [5][6].

Abordagem Multidisciplinar e Bilíngue

O livro adota uma perspectiva híbrida, combinando autoria indígena e científica, e é publicado em português e Ye’pâ-masâ — língua utilizada por alguns povos indígenas da região. Essa escolha reforça o diálogo respeitoso entre ciência e cultura tradicional, apresentando:

  • Dados científicos: investigações nutricionais que comprovam o ariá como fonte rica em aminoácidos essenciais e nutriente de alta qualidade para a segurança alimentar [3].
  • Tradições culturais: registros detalhados dos mitos, técnicas de preparo e o significado simbólico do ariá entre as comunidades do Alto Rio Negro [5].

Impactos e Reconhecimentos

O livro Ariá: um alimento de memória afetiva foi selecionado entre os semifinalistas do Prêmio Jabuti Acadêmico 2025 nas categorias Ilustração e Divulgação Científica, comprovando sua relevância acadêmica e cultural na valorização da biodiversidade amazônica [2]. Além disso, o projeto de pesquisa associado, liderado pelo autor principal Eli, teve destaque no ISEF (International Science and Engineering Fair), maior feira científica estudantil do mundo, ressaltando sua importância internacional [3].

Essa iniciativa de resgate representa um modelo de integração entre conhecimento tradicional e científico, direcionando esforços para a conservação ambiental, valorização cultural e fortalecimento da segurança alimentar nas comunidades amazônicas [4][5].

Para quem deseja viver e valorizar a rica cultura da Amazônia, a Bemol oferece todo o suporte necessário — seja no cuidado com a saúde, no preparo de receitas regionais, nas festividades locais ou no dia a dia da casa, ajudando a manter vivas as tradições e a memória afetiva do nosso povo.

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